Polícia?

Fazendo uma análise superficial das ações policiais em manifestações, é chocante e revoltante ver policiais agindo de forma desumana contra manifestantes, alguns deles, idosos, mulheres e menores de idade. Está claro que todo manifestante de máscara já virou inimigo número 1 do estado, isso é fato, porém, a truculência não está mais focada em quem está de rosto encoberto, qualquer manifestante é tratado como bandido, aliás, mascarados, em sua maioria, não são bandidos, só que, infelizmente, alguns se aproveitam do anonimato para promover saques, roubos, etc. e isso em uma manifestação pública é inevitável, o que mancha as ações simbólicas de quem vai mascarado aos protestos. Saques, roubos, depredações de bens privados, são praticados tanto por mascarados como por pessoas de caras limpas, e, inclusive, por pessoas interessadas em deslegitimar o movimento sério e engajado de mascarados, fazendo com que a opinião pública seja contrária ao ato simbólico realizado por eles, outro fato comprovado.

A força exagerada de alguns policiais em manifestações ultrapassa os limites do abuso de autoridade, alguns deles exibem seus “feitos” em redes sociais como se fosse um prêmio, uma recompensa por ter agredido ou lesionado pessoas que estão nas ruas defendendo exatamente interesses dos próprios policiais, já que, sem o uso da farda, o policial é mais um cidadão comum, igual a qualquer outro: tem família, filhos, contas, é contribuinte, é roubado, manipulado, privado de alguns de seus direitos e lesado pela má administração da politica nacional. Resumindo, ao agredir, de forma cega e gratuita, qualquer manifestante, seja ele pacifico de cara limpa ou black bloc encapuzado, que não esteja agindo com violência no ato da prisão e/ou agressão, o policial está dizendo para todos e para si mesmo: “Cala a boca, eu sou uma ferramenta e acho justo ser roubado!”

Ao vestir a farda e arriscar sua integridade física, o policial está seguindo ordens de governantes que não querem se quer ouvir o que o povo tem a reivindicar, ou seja, o burguês não quer papo com o povo, e o policial faz parte do povo. Sim, pois não conheço nenhum policial de “Classe Média Alta”, salvo os da alta cúpula (coronéis, por exemplo).

Muitos policiais vivem em periferias, alguns em favelas, bairros de classe baixa, enfim, são parte do povo, da massa, mas defendem interesses de homens que, se quer, sabem que eles existem como pessoas, entre outras palavras, abrem mão de defender seus próprios interesses para defender interesses do seu próprio inimigo! Claro, se o estado reprime a manifestação do povo, ele está contra o povo, logo, está contra o policial, já que este também faz parte do povo.

 

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